20 de outubro de 2011

Discernimentos.


Pior do que me sentir basicamente perdida é perder-me em mim. Estar junto do que fui ou do que misturo comparado com o que eu era. 
O que tu acreditas está ligado ao que tu mais temes, ao que mais detestas. O que tu tens guarda-o, daqui a alguns anos estarás a procurá-lo na caixinha das recordações que talvez já nem tenhas. Eu não consigo entender se tu me consegues entender... nem eu às vezes me entendo, mas:
"Quando a cabeça não pensa o corpo padece. Mas quando a cabeça pensa demais será que a nossa alma enriquece?"
As minhas certezas mudam, as minhas inseguranças aumentam e eu já não sei se o que desejei à segundos atrás é o mesmo que vou desejar daqui a alguns segundos. Não sei onde estão as minhas prioridades ou até se as tenho... quer dizer, saber até sei, mas sempre foi muito mais fácil deixar que fossem as prioridades a encontrar-me.
Às vezes os meus olhos pesam e nem sei se o meu coração ainda bate, às vezes sinto-me egoísta comigo mesma por querer deixar sempre o melhor para os outros, às vezes....
De tanto bater com a cabeça, de chorar, de ter saudades tuas, de desesperar, eu apercebi-me que desistir é muito mais complicado do que ser feliz. Desistir implica deixar tudo para trás e simplesmente sobreviver e eu não consigo seguir esse ritual chocante.
Às vezes sem consciência opto apenas por tomar as responsabilidades necessárias, esquecendo as que realmente são importantes, as que vem genuinamente de mim!
Uma porta de saída e uma de entrada, eu prefiro sair a ter que entrar, porque sempre que entro não gosto do que vejo e do que sinto.
O preferível às vezes vai embora e o que dispensável nós preferimos guardar em forma de melancolia.
Certas coisas não se explicam. Não existem palavras que as descrevam ou soluções que as resolvam. Sentimentos, gestos, sonhos...
A alma entende-me, a boca cala e muitas das vezes o sorriso mente e o coração sofre. 



E no fim, ainda abres as mãos como quem diz: Bom Dia Daniela.