11 de dezembro de 2018

Empaticamente falando

As pessoas são o que são, quando o são, porque o contexto faz a pessoa. Mas nem sempre devia. Aprendi que ser empático requer treino, experiências, paciência e muito trabalho. Não é de um dia para o outro, nem de um ano para o outro. Vamos aprendendo, em passos de bebé, e talvez uma vida inteira não chegue para o conseguir ser.

Que ninguém diga que é fácil pôr-se no lugar do outro, porque não é. Se assim fosse, não existia terrorismo, guerras, metade das discussões. As pessoas compreenderiam melhor aquilo que não gostam no outro, agiam de outra forma na medida da compreensão. Mas não, não o conseguimos ser ainda verdadeiramente. Dizem que há razões que a própria razão desconhece, e é exatamente isso. Quando os pais dizem não e os filhos não gostam, por detrás da possível raiva, os mesmos não entendem que os pais tem a sua razão, e quando os filhos tem atitudes que os pais condenam, por detrás da autoridade, também está a razão dos filhos que os mesmos não reconhecem. E o mesmo digo entre casais, amigos, grupos, sociedade em si. Quando nos pomos no lugar do outro, deixa de haver necessidade de perceber o fanatismo do outro, a sua orientação sexual, a sua religião… passa a haver o respeito e a aceitação. Não existe verdades universais, cada um tem a sua verdade, e por mais que seja diferente da minha, eu tenho que a saber aceitar para que mereça que a minha também o seja. E por não haver verdades universais, é que se torna muito difícil ter-se razão. Toda a gente tem razão, caso sejamos empáticos.

                Só quem consegue perceber a razão do outro, é que consegue ser empático. A empatia, a razão, a verdade e o respeito, andam de mãos dadas e não funcionam se caminharem separadas. É aqui que a minha liberdade começa, quando consigo dar liberdade aos outros de serem livres comigo.