28 de janeiro de 2015

Até que nada nos separe.

Recuso-me encarar a morte como a tua perda assim como não encaro qualquer aproximação como uma conquista. Quero com isto dizer-te que, não te perdi e jamais te irei perder. Seria impensável perder-te apenas porque já não me abraças ou porque já não me beijas ou até porque já não te ouço a dizer que eu sou a tua princesa. Acredita, serei sempre a tua princesa, irei sempre gostar dos teus cozinhados, dos teus olhos azuis e das tuas mãos calmas e serenas como tu. Vou sempre invejar o teu espírito aventureiro e a forma como davas a volta às situações e vou sempre odiar a forma como a vida te fez parar de viver.
Já escrevi sobre a diferença de viver ou existir. Poderia apenas caracterizar essa diferença chamando por ti e pedindo que me iludisses um pouco mais sobre isso. Tenho orgulho na vivacidade que te acompanhava diariamente.
Vês, não te perdi, perder-te era não querer falar de ti ou não o conseguir fazer e, na verdade, é tão fácil falar de ti. Já perdi muita gente, pessoas que de certa forma eram importante para mim mas nenhuma carregava o que tu carregas e nenhuma é tudo o que tu és.
Falo-te como se ainda estivesses aqui porque estás, e quando não estás, estou eu aí.
Não sou irrealista, mas com tanta coisa que nos junta, a única coisa que nos separa é a impossibilidade de um olhar. Gosto muito de ti.....