24 de janeiro de 2015

Do que vive a vida?

Do que adianta viver se não vivermos? E com isto digo que, viver não é simplesmente existir. Existir é fácil, viver é complexo. Não adianta existirmos se não vivermos. Para viver é preciso ter ânimo, saber qual a linha correta a perseguir mesmo que caiamos... é preciso cair para viver.
Do que adianta sorrir se não soubermos o que é chorar? É preciso sentirmos-nos em baixo para dar valor a todos os momentos em que estamos em cima, em que realmente estamos bem. Por mais que a vida seja um reboliço temos que aprender a estar minimamente estáveis. Por vezes a percussão do tempo abala-nos, mas a vida é assim, segundo Buda/Rousseau "nascemos para sofrer e morrer" mas se podemos contrariar isso porque não fazê-lo? A morte tem sido quase uma constante nos meus dias, porém eu aceito que não tenho o poder de escolha sobre quem parte e quem fica, e assim, vejo-me sem qualquer outra opção senão aceitar que a morte faz parte, mas a vida, os sonhos, as conquistas, os sorrisos, as glórias, os prazeres, os restantes não mortais também. Daí dizer que torna-se psicologicamente mais fácil viver do que simplesmente existir... Talvez exija mais esforço e até dê mais cansaço mas torna-se mais fácil a longo prazo. Não sou, de longe, uma entendida nata da vida, mas já passei pelas duas fases e sem dúvida que desistir torna-se muito mais desgastante do que persistir. Tem tudo a ver com a forma como ponderamos as coisas e até como nos ponderamos a nós próprios, quanto ao resto, ao que realmente nos abala, aos mortais, resta-nos esperar para que possamos viver perto delas, novamente, uma vez que : Nascemos para morrer e morremos para ressuscitar junto de quem partiu primeiro que nós e assim, voltaremos a ter de decidir se viver é ou não melhor opção do que existir.
Quero com isto dizer que a vida vive além das amarguras, das tristezas, das perdas. Na verdade, a vida vive do amor, dos que nos são queridos e daqueles que nos mantém vivos, vive da paz, da harmonia, da felicidade, vive da glória, do sorriso e de nós mesmos, mas sobretudo a vida vive dela mesmo e no fim, no fim é isto tudo que nos mantém vivos!