31 de dezembro de 2016

O clichê de todos os anos.

2016... ai 2016.
 Não sei se foste o pior ou o melhor ano da minha vida, mas sei que tiveste tanto de bom como de mau.
Obrigaste-me a mudar de casa, de armário, de cara, de pessoas, de país, de responsabilidades. Obrigaste-me a ser mais responsável, mais adulta e mais ponderada.
Obrigaste-me a fechar o coração.
Obrigaste-me a cortar o cordão umbilical e no fundo eu agradeço-te muito por isso.
Deste-me ar, deste-me realmente outro ar, outra força, outra vontade. Ensinaste-me que a distância não é tão amiga como pensava, que o coração não aguenta tudo o que nós queremos e sobretudo ensinaste-me a nunca mais me poder esquecer das chaves de casa.
Contigo ri e chorei, senti-me a pessoa mais feliz do mundo mas também a mais infeliz, tremi e sorri.
Saltei contigo pela rua enquanto cantava as minhas musicas preferidas mas também me esforcei para aguentar algumas lágrimas nas minhas longas viagens de autocarro.
Contigo vi os meus pais chorarem de orgulho e chorei de orgulho, ouvi palavras de apoio ao ouvido e sorri enquanto levava umas cartoladas... naquele dia se o mundo acabasse eu certamente morreria muito feliz.
Com a tua ajuda aperfeiçoei mais do que em nenhum ano a minha personalidade, limei as minhas arestas e consegui adormecer nos primeiros 30 minutos em que me deitei, embora tenha passado muitas noites em branco também.
Mudas-te a minha vida, mostraste-me uma força que não sabia existir mas também me fizeste sentir uma fraqueza que desconhecia, aliás, fizeste-me descobrir a minha fraqueza.
Mas agradeço-te, vivi momentos incríveis contigo, passeamos juntos, mostraste-me que o arco-íris não precisa de estar no céu para que eu o possa ver, levaste-me a sítios que possivelmente não vou lá voltar, vais ser o único que esteve comigo em todos os momentos, que analisas-te ao pormenor todos os meus sentimentos, que viveu comigo uma das melhores fases da minha vida.
Foste sem duvida um ano de viragem, puxaste-me para cima mas também me deixas-te do avesso.
Por isso obrigada! Nada acontece por acaso e tu mais do que tudo fizeste acontecer tudo.
Fizeste-me perceber o que realmente vale a pena,  ajudaste-me a entender quem quero na minha vida, a que sítios quero ir e a que sítios começo a dispensar, quais os sorrisos que me fazem sorrir e quais os sorrisos que me matam lentamente por dentro, ensinaste-me embora não muito bem, a estar distante de quem me diz tanto... Mudar de vida nem sempre é fácil e eu ainda estou a aprender a viver com a que me deste.
Vamos ver o que o teu amigo me reserva, obrigada e até nunca mais.